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Critérios para diagnóstico da depressão podem mudar


Os critérios de definição de depressão que resultaram nos números da nova pesquisa mundial são do DSM, o Manual de Diagnósticos e Estatísticas da Associação Americana de Psiquiatria, conhecido como a “bíblia” dos transtornos mentais.

A obra, hoje na quarta edição, está em reformulação, e alguns critérios para classificar o “transtorno depressivo maior”, nome técnico da depressão, podem mudar.

Alguns psiquiatras e psicólogos acham a definição de depressão muito abrangente na versão atual. Para eles, pessoas com reações normais de tristeza estariam sendo diagnosticadas como portadores de um transtorno.

Outros pesquisadores acham que, ao adotar muitos critérios de exclusão, o manual estaria levando a diagnósticos falsos-negativos.

LUTO

Um dos pontos mais polêmicos é a exclusão por luto. Hoje, pessoas com sinais de depressão após a perda de um parente não são diagnosticadas com o transtorno, pois o manual considera que essa reação normal. A nova versão do DSM propõe abandonar o critério.

“Algumas pessoas escreveram que essa mudança levaria ao diagnóstico automático de indivíduos em luto como deprimidos”, escreveu Kenneth Kendler, psiquiatra de um dos grupos de trabalho do DSM-5, em comunicado defendendo a proposta. “Isso foi um engano.”

Segundo Kendler, os sintomas de quem tem depressão no luto são similares aos de pessoas que adquirem o transtorno após outros traumas. Mas isso não significa um diagnóstico automático.

Matéria publicada no site Folha.com

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