TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL AJUDA TABAGISTAS A PARAREM DE FUMAR - Ciclo CEAP

TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL AJUDA TABAGISTAS A PARAREM DE FUMAR

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TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL AJUDA TABAGISTAS A PARAREM DE FUMAR

tabagismo

Uma pesquisa confirma que a TCC é eficiente no tratamento do tabagismo

A terapia cognitivo-comportamental pode ser uma grande aliada dos fumantes que desejam abandonar o vício do cigarro. Uma pesquisa apresentada recentemente na Faculdade de Medicina da USP mostrou que, por meio dessa terapia, 93,4% dos pacientes deixaram de fumar até o final da 6ª semana de tratamento. Na literatura, este índice é de 59%.“Esses dados revelam que o atendimento psicológico aumenta as chances de sucesso do tratamento antitabagista”, afirma a autora do estudo, a psicóloga Silvia Maria Cury Ismael.

Silvia trabalhou com 61 pacientes, com idades entre 18 e 60 anos, que procuraram o Hospital do Coração, em São Paulo, em busca de um tratamento que a instituição oferece para tabagistas. As sessões da terapia, de uma hora cada, ocorreram uma vez por semana, em grupos de 5 a 10 pacientes, durante 6 semanas.

Uma crença disfuncional reforça a dependência física

A psicóloga explica que os tabagistas desenvolvem uma crença disfuncional relacionada ao fumo. “Eles têm pensamentos como ‘Se eu não fumar, não consigo pensar’, porém eles podem realizar qualquer atividade sem o cigarro”, afirma. De acordo com a pesquisadora, esses pensamentos são automáticos. “O tabagista fuma quando fica estressado ou ansioso porque tem a falsa impressão de que o ato de fumar vai aliviar o estresse ou a ansiedade. Ou então ele fuma em situações condicionadas, como falar ao telefone, após tomar café ou antes de dormir”, esclarece.

A Terapia Cognitivo-Comportamental traz a crença para a consciência e trabalha um novo significado para a compulsão

A terapia consistiu em mudar esse padrão de comportamento a partir da descoberta de alternativas para lidar com essas situações e de levar essas novas respostas para outros setores da vida.

Na primeira sessão, os pacientes responderam a um questionário sobre seus hábitos de tabagismo, e por que buscaram tratamento. Na segunda sessão, foi traçado o perfil do fumante com base nas respostas, e se havia ou não necessidade de uso de medicamento. Os participantes também receberam uma tabela de redução do número de cigarros fumados ao dia. Em todas as sessões, os pacientes levavam um material de apoio (folhetos) para casa. Nos encontros seguintes, foram discutidos os progressos e as dificuldades que cada um do grupo estava enfrentando.

Após a 6ª semana e até o 12° mês, a pesquisadora continuou mantendo contato telefônico periódico com os pacientes para verificar o sucesso do tratamento. Silvia esclarece que, de acordo com a literatura, para ser considerado um ex-fumante, o paciente deve ficar, no mínimo, um ano sem fumar, em total abstinência.

Os pacientes foram divididos em três grupos: os abstinentes, os que recaíram e os que não conseguiram parar de fumar. Aos 6 meses, eram 78,6% os abstinentes, contra 21,3% do grupo dos que recaíram. Aos 12 meses, o índice era de 49,7% de abstinentes contra 50,24% de recaída. “O número de pacientes que não conseguiu parar de fumar foi muito baixo, e não contabilizamos”, ressalta a pesquisadora.

Quais as principais causas das recaídas?

Entre as situações que facilitam as recaídas, Sílvia destaca: um maior tempo como tabagista; uma menor quantidade diária de cigarros; morar com outros fumantes; os que fumavam cigarros com baixo teor de nicotina; os que nunca tentaram parar de fumar; os que apresentaram uma baixa freqüência nas sessões; aqueles que responderam no questionário que usam o cigarro como estimulante; os que fumam quando estão felizes; os que têm uma baixa auto-estima; e os que não estão satisfeitos com a própria vida.

As recaídas por estresse representaram 77% dos casos e as por ansiedade, 19%. Sílvia destaca que 70% dos pacientes analisados tiveram pais fumantes. “Eles acabam se tornando modelos para as crianças”, observa.

A pesquisa de doutorado foi apresentada  à Faculdade de Medicina da USP sob orientação da professora Julieta Maria de Barros

 

Fonte: Mente e Cérebro

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