Todo mundo sabe: os ponteiros do relógio correm quando fazemos algo de que gostamos e passa lentamente quando não nos divertimos. Isso muda, porém, se estamos deprimidos: nesse caso, nossa habilidade de calcular a passagem do tempo se torna mais rigorosa.
Pesquisadores ingleses e irlandeses pediram a 39 estudantes (18 deles com depressão leve) que estimassem a duração de tons que variava entre 2 e 65 segundos. Em outro momento, deveriam produzi-los com tempos específicos. Os voluntários mais felizes superestimaram os intervalos em 16% e diminuíram a duração dos sons em 13%, em comparação com os jovens com depressão, que subestimaram em 3% e aumentaram em 8% respectivamente.
Os resultados publicados na PLOS One sugerem que o realismo depressivo, um fenômeno no qual as pessoas com a patologia se percebem de forma mais precisa (e menos positiva) do que as saudáveis, tende a se estender, além da autopercepção, para aspectos do pensamento, como o tempo. Os autores do estudo acreditam que a meditação mindfulness (no qual a pessoa exercita a capacidade de viver o aqui e agora) pode ser eficaz no tratamento contra a depressão justamente porque ajuda a nos concentrarmos no momento presente – em vez de focar na passagem do tempo.
Fonte: Mente e Cérebro
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