Falar em aparelhos eletrônicos soa até retrógrado.
Então, quantas horas da nossa vida entregamos para as redes sociais?
Outro dia fiquei com vontade de registrar em foto a seguinte imagem: um extenso banco em uma praça e nele jovens e adultos, eram umas 15 (quinze) pessoas lado a lado e todas elas conectadas com seus respectivos celulares.
Em outro tempo essas quinze pessoas estariam, certamente, conectadas entre si.
Bom, deu para perceber que o primeiro efeito é o isolamento. As pessoas começam a preferir o virtual (lei do menor esforço) ao contato real e cada vez mais o virtual ganha espaço para o real.
Não é por acaso que houve o desenvolvimento das redes destinadas aos relacionamentos amorosos.
Fica a pergunta: Qual tem sido a nossa responsabilidade para deixarmos a vida real para buscarmos o virtual?
O segundo efeito é que tentamos ter o “controle da vida” e claro fica fácil de rejeitarmos o diferente, o que não nos agrada e etc. Ficamos mais egoístas e menos tolerantes.
O terceiro efeito e todos eles são sequenciais é que ficamos presos ao mundo da perfeição ou pelo menos na tentativa de alcançá-lo.
O olhar se volta para a grama verde do vizinho, o relacionamento perfeito com viagens perfeitas, bens perfeitos e etc…no timeline nos vemos por aqui.
A proposta é a reflexão e um convite a vida real.
Um exemplo fácil de perceber é quando vamos a algum espetáculo, show ou estamos em um verdadeiro momento de lazer. O que fazemos ou vemos? Filmamos ou vemos alguém assistir presencialmente o show através do celular.
A pessoa quer viver a experiência, porém se transforma em roteirista quando na verdade podia ser o ator/atriz principal.
Qual é o nosso maior medo? Porque estamos fugindo tanto da realização? Porque tememos tanto a entrega?
Uma dica: as respostas a estas perguntas não passam pelo outro, ou seja, o medo não está naquilo que o outro possa vir a fazer, também não está no comprometimento do outro em realizar e muito menos no que o outro é capaz de fazer quando descobrir o eu real.
Sim, as respostas são “auto respostas”, trata-se do autodesenvolvimento e do grande mergulho em si mesmo, o autoconhecimento.
E o que isso tem a ver com o virtual?
Quando estamos conectados com nossa vida, base e todo nosso potencial, transformamos nossa vida em vida real. Sentimos seguros para estar com o outro, porque já conhecemos o quanto é seguro estar conosco.
E esse passo é essencial para a entrega, para aceitar a realidade (humanidade), e para a vivência das relações.
Quando foi a última vez que você esqueceu o celular propositalmente? Tente lembrar o quanto você estava conectado com você mesma(o) e com a realidade, e não tenha medo de buscar viver essa experiência muitas e muitas vezes.