Dentre os transtornos do desenvolvimento infantil, o autismo destaca-se pelas alterações nas habilidades sociais e comunicativas da criança, de modo que a contribuição do psicólogo no seu tratamento é muito importante e eficaz.
Segundo a Revista Autismo, uma pesquisa realizada recentemente nos EUA revelou que há um caso de autismo para cada 68 crianças de 8 anos. Tal proporção é tida como próxima da realidade no Brasil, onde se estima que haja 2 milhões de pessoas vivendo com o transtorno. No post de hoje, conheça mais sobre a importância do psicólogo no tratamento dessa condição.
Embora suas causas permaneçam indefinidas, apesar de intensa pesquisa, entende-se que o autismo é uma síndrome comportamental identificada até o terceiro ano de vida resultante de alterações orgânicas de origem genética.
A sintomatologia reúne desajustes típicos na interação social, na comunicação e no comportamento da criança, que apresenta ações repetitivas, inabilidade para estabelecer vínculos afetivos e dificuldades com a comunicação verbal e não verbal.
A indefinição das causas e a amplitude dos sintomas geram muita ansiedade nos pais, demonstrando o quanto a atuação do psicólogo é fundamental, desde a fase diagnóstica até o tratamento multidisciplinar.
Quanto antes for diagnosticado, mais efetivo será o seu tratamento do autismo, no sentido de apoiar o desenvolvimento da criança de acordo com suas limitações, habilidades e demandas específicas.
A compreensão cognitivo-comportamental do autismo faz-se necessária frente à diversidade de padrões comportamentais apresentados e ao impacto destes no alcance da aprendizagem e da sociabilidade pela criança.
Para isso, o psicólogo faz a análise funcional de cada paciente, de modo a identificar os problemas e delimitar a abordagem mais adequada, estabelecendo objetivos e procedimentos da intervenção terapêutica, sem desconsiderar a reavaliação constante, de acordo com a resposta da criança ao tratamento.
Nesse sentido, a capacidade do psicólogo para perceber as sensações e reações da família, sobretudo dos pais, é fundamental. Além disso, é preciso que o profissional esteja em sintonia com os estudos e discussões sobre o tratamento do autismo, de modo a validar sua ação.
Dentre as abordagens cognitivo-comportamentais está a metodologia TEACCH (Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Déficits Relacionados à Comunicação, na tradução para o português) um programa cognitivo-comportamental cujo objetivo é promover o máximo de autonomia e independência possível junto à criança autista, a partir de um processo individualizado no qual os pais atuam como co-terapeutas.
A intervenção é planejada a partir de uma avaliação PEP-R (Perfil Psicoeducacional Revisado), considerando as dificuldades e as potencialidades da criança. O treino das habilidades sociais acontece em um espaço organizado, no qual a rotina de tarefas é apresentada à criança em quadros, com foco no estímulo visual.
Atuando por meio do TEACCH, o psicólogo promoverá a adaptação do ambiente às necessidades da criança, promovendo a diminuição dos sintomas e o desempenho das tarefas diárias com o menor desajuste possível.
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