Não há uma única etiologia responsável pelos transtornos alimentares. Acredita-se no modelo multifatorial, com participação de componentes biológicos, genéticos, psicológicos, socioculturais e familiares.
a) Fatores genéticos: pesquisas indicam maior prevalência de transtornos alimentares em algumas famílias, sugerindo uma agregação familiar com possibilidade de um fator genético associado. Estudos com gêmeos monozigóticos e dizigóticos também apontam a genética como possível participante etiologia dos transtornos alimentares.
b) Fatores biológicos: alterações nos neurotransmissores moduladores da fome e da saciedade como a noradrenalina, serotonina, colecistoquinina e diferentes neuropeptídeos têm sido postuladas como predisponentes para os transtornos alimentares. Existem dúvidas se tais alterações acontecem primariamente ou são decorrentes do quadro.
c) Fatores socioculturais: a obsessão em ter um corpo magro e perfeito é reforçada no dia-a-dia da sociedade ocidental. A valorização de atrizes e modelos, geralmente abaixo do peso, em oposição ao escárnio sofrido pelos obesos, é um exemplo disso.
d) Fatores familiares: dificuldades de comunicação entre os membros da família, interações tempestuosas e conflitantes podem ser consideradas mantenedoras dos transtornos alimentares.
e) Fatores psicológicos: algumas alterações características como baixa auto-estima, rigidez no comportamento, distorções cognitivas, necessidade de manter controle completo sobre sua vida, falta de confiança podem anteceder o desenvolvimento do quadro clínico.
Texto de Fábio Salzano e Táki Cordas
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