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Brinquedos fazem bem ao cérebro: ciência atesta o impacto dos objetos na redução da ansiedade das crianças

Brinquedos fazem bem ao cérebro: ciência atesta o impacto dos objetos na redução da ansiedade das crianças

Brincar é coisa séria. Novos estudos comprovam que alivia a ansiedade e ativa a memória em crianças e adultos. Conduzida pelo The National Institute for Play, organização americana sem fins lucrativos, uma pesquisa foi além e detalhou o papel de brinquedos específicos na saúde cerebral. Lidar com objetos tridimensionais, como o cubo mágico, por exemplo, age no lobo frontal, a área executiva do cérebro. Os mais lúdicos, como bonecas, atuam no sistema límbico, das emoções. Abraçar um ursinho de pelúcia, por sua vez, libera uma série de neurotransmissores, como a endorfina, que acalmam e relaxam.

brinquedo de pelúcia Squishmallow
brinquedo de pelúcia Squishmallow

A relação estreita dos brinquedos com o cérebro foi deflagada por um dos maiores sucessos mundiais durante a pandemia, os fidget toys. Inicialmente criados para motivar o desenvolvimento de pessoas com Transtorno do Espectro Autismo, são brinquedos sensoriais que estimulam o bem-estar, a concentração e reduzem o estresse.

massinha: brinquedo para a saúde
massinha: brinquedo para a saúde Foto: reprodução / Reprodução

Apertar uma bolinha que se expande, usar os dedos para “estourar” uma bolha e ouvir o barulho que isso faz e ter uma pelúcia fofinha para abraçar sempre que sentir necessidade são algumas das atividades que geram sensação de conforto e tranquilidade em pessoas ansiosas. Deixar as mãos ocupadas executando uma tarefa repetitiva ajuda também a focar no presente e a se desligar do motivo que gera a ansiedade.

— Qualquer atividade que envolva trabalho manual faz com que a criança coloque o foco na brincadeira, minimizando efeitos da ansiedade no organismo, pois ela transfere a tensão para o que está fazendo — explica Ana Márcia Guimarães, do Departamento Científico de Desenvolvimento e Comportamento da Sociedade Brasileira de Pediatria.

O impacto é observado tanto em adultos, quanto em crianças. Mas, no organismo em formação dos pequenos, é mais intenso, sobretudo no tratamento da ansiedade. Nas crianças, os sintomas se dividem em dois grupos, segundo a medicina. O primeiro são os chamados sinais internalizantes. Ou seja, pensamentos que ocupam as mentes das crianças o tempo todo, fazendo com que se preocupem em excesso com aquela questão. O segundo são os externantes, que se traduzem em agitações motoras e verbais: se mexer ou falar sem parar, roer unhas, balançar pernas, suar frio nas mãos, sentir o coração batendo mais rápido, ter dificuldade para dormir, entre outras sensações.

Assim como adultos, crianças podem ficar ansiosas quando estão na expectativa de algum acontecimento muito esperado — como o retorno às aulas ou a festa de aniversário — ou quando se deparam com algo que gere uma insegurança sobre o futuro — como a separação dos pais ou a ida ao médico. Apresentar os sintomas da ansiedade nesses contextos, e por um período compatível com a situação, é normal. E os brinquedos podem ajudar a aliviar a tensão que a expectativa gera.

Fatores genéticos e sociais

Segundo Rochele Paz Fonseca, professora de Psicologia da PUC do Rio Grande do Sul e presidente da Sociedade Brasileira de Neuropsicologia, a ansiedade pode ter fatores genéticos e ambientais.

— Há fatores estressores que aumentam a chance de a ansiedade se manifestar em crianças, como pais ansiosos, cobranças sociais e escolares além do que conseguem corresponder, e autoestima reduzida — detalha.

Recentemente, a Força-Tarefa de Serviços Preventivos dos EUA, apoiada pelo governo americano, recomendou que as crianças a partir de 8 anos sejam avaliadas para ansiedade mesmo que não apresentem sintomas. O objetivo é diagnosticar preventivamente o problema e prevenir consequências negativas futuras. No Brasil, ainda não há orientações sobre o assunto.

A família deve ficar atenta a mudanças de comportamento das crianças, principalmente diante de situações que podem servir de gatilho. Ao notar que há algo de diferente, é preciso agir. O ideal é sempre procurar ajuda especializada, seja de um pediatra ou de um psicólogo, para avaliar os gatilhos que lavaram a criança a ficar ansiosa.

Fonte: https://extra.globo.com/noticias/saude-e-ciencia/brinquedos-fazem-bem-ao-cerebro-ciencia-atesta-impacto-dos-objetos-na-reducao-da-ansiedade-das-criancas-rv1-1-25496579.html

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