Se quisermos efetivamente ajudar o outro, temos num primeiro momento deixar a “verdade” do cliente de lado.
O que isso significa? Que devemos ampliar o olhar para todo o contexto onde o cliente está inserido, para as outras versões e sobretudo para aquilo que o cliente realmente precisa.
O perigo é se tornar um aliado do cliente ao invés de oferecer a ajuda necessária. Quando estamos do lado do cliente, julgamos a sua história, negamos sua realidade e isso subtrai os recursos da ajuda.
Levar o cliente a perceber a realidade e mais do que isso transformá-la em recurso para uma vida mais saudável em todos os aspectos é o caminho mais seguro tanto para ele quanto para o terapeuta.
Ter este olhar ampliado é fundamental para o sucesso na relação terapêutica. Sobre isto, Bert Hellinger nos ensina: “Qualquer sistema de relacionamento é um todo. Se virmos as pessoas em seus contextos mais amplos, nossas percepções de liberdade de escolha, responsabilidade, bem e mal mudarão.”(…) Em psicoterapia Sistêmica, é mais simples e mais eficaz evitar por completo os juízos morais…”.
Realizar um atendimento livre de julgamentos e com um olhar ampliado depende do autodesenvolvimento do terapeuta, de treinamento e de capacitações.
Essa busca é essencial, pois só a partir desse desenvolver-se é que ganhamos aptidão para a visão ampliada.
O livro, O Castelo de Vidro, que transformou em filme, nos oferece a oportunidade de treinarmos este olhar. E mais do que isso, desenvolver a humanidade que acolhe toda a história com respeito e dignidade.