Historicamente, a neuropsicologia não surgiu como uma disciplina vinculada à psicologia.
A neuropsicologia ocupa uma área de fronteira com a psicologia, a medicina, especialmente com a neurologia.
Nos últimos anos a ciência da neuropsicologia avançou significativamente com o aperfeiçoamento das neuroimagens, que permitem a observação funcional do cérebro e suas correlações com patologias e sintomas.
Para os psicólogos, este avanço é de fundamental importância, porque amplia a segurança para atuar no diagnóstico e tratamento de diversas situações clínicas.
Imagine um paciente chegando em seu consultório para pedir ajuda para entender suas próprias dificuldades funcionais, ou sintomas de uma criança ou de um parente.
Depois de compreendida a dificuldade, como planejar um atendimento sem ter um diagnóstico em mãos?
Como chegar a este diagnóstico para poder traçar um plano de tratamento?
Como não considerar as questões neurológicas neste diagnóstico?
Como intervir em questões subjetivas se o problema pode estar também na esfera fisiológica e funcional?
Portanto, como atuar na Psicologia sem entender de Neuropsicologia?
As ciências se interpenetram em uma cadeia sistêmica, e quanto mais abrimos o leque do nosso conhecimento e da nossa visão, maior nossa capacidade de ajudar o nosso paciente.
Vejo como essencial o psicólogo clínico ter conhecimentos de Neuropsicologia para poder atuar de forma abrangente, independente de qual seja sua linha de formação.
A neuropsicologia é um dos principais fundamentos da compreensão do ser humano, e a formação acadêmica do psicólogo muitas vezes não contempla este estudo aprofundado.
Uma alteração neurológica é capaz de alterar completamente os padrões de comportamento do indivíduo, e precisamos entender disto com profundidade, para não correr o risco de ficarmos tratando de forma subjetiva, um paciente com alterações objetivas.
A evolução nesta área é muito grande, o que faz com que tenhamos que nos atualizar constantemente.
O ponto de partida para a compreensão dos fenômenos neuropsicológicos e sua avaliação, não importa. O mais importante é começar a trilhar este caminho. Algumas pessoas preferem começar da teoria, outras da prática. Sempre a teoria deve permear a prática, seja qual for o caminho escolhido.
Hoje temos técnicas específicas e protocolos científicos para fazer uma avaliação neuropsicológica avançada, que consiste em um conjunto de ferramentas utilizadas para investigar o funcionamento cerebral, através do estudo do comportamento e dos sintomas do paciente.
Usamos os testes psicológicos e neuropsicológicos para descartar ou confirmar hipóteses diagnósticas, e também para escolher as técnicas de intervenção mais adequadas para o tratamento.
Fazer um bom psicodiagnóstico e uma avaliação neuropsicológica adequada é obrigação de todo psicólogo que se propõe a atuar nesta área.
Todos nós psicólogos temos instrumentos eficientes para isto, e autoridade para trabalhar nesta esfera.
O mercado de trabalho é crescente, devido a maior conscientização das pessoas, e a tendência multidisciplinar das intervenções.
As pesquisas científicas na área têm mostrado uma grande produtividade, de forma que este caminho delineia-se como sendo de grande importância para o avanço da psicologia, e a sua valorização como ciência e profissão.
2 Comments
Eii, gostaria de saber se psicologo com cursos livres podem fazer avaliação neuropsicologica ou se apenas quem tem a especialização em neuropsicologia pode fazer? Obrigada!
Olá Brenda! Temos um vídeo super esclarecedor sobre esse assunto la no nosso Instagram @cicloceap. Vale a pena conferir! Mas respondendo a sua pergunta o psicólogo pode sim realizar uma avaliação neuropsicológica mesmo não tendo o título de especialista.