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Recessão e Carreiras

Profissionais não devem parar de evoluir na crise econômica

Por: Profa. Lúcia Maria Almendra Correia Lima, MSc. (Mestre em Ciências Sociais) e Psicóloga

JORNAL ESTADO DE MINAS – 12.07.15

Estamos, certamente, em crise econômica e, portanto, em tempos muito difíceis com desdobramentos de toda ordem que poderão, a priori, ultrapassar nossa capacidade de prospecção. Isso, não podemos negar nem subestimar! Assim, as carreiras profissionais seriam as primeiras a serem afetadas e efetivamente prejudicadas? Arrisco-me a afirmar que não para todos os profissionais. Mesmo em momentos de crise, as organizações poderiam e, seria salutar, manter um razoável investimento em aprendizagem para aqueles profissionais com elevado desempenho ao longo de suas permanências dentro delas, evitando resvalarem para a miopia empresarial de considerar que devem cessar este investimento para a totalidade de seus colaboradores.

É evidente, que em momentos de crise, torna-se natural a empresa identificar aqueles profissionais que não estão dando retorno desejável e até optar, por exemplo, pela introdução de um PDV (plano de demissões voluntárias) ou reduzir o quadro, demitindo mesmo, quem não agrega aos resultados organizacionais. Mas, parar de investir no bom profissional seria um equívoco, sem consideração da perspectiva de médio e de longo prazos, que toda empresa profissionalizada e valorizadora do planejamento, precisa adotar. Seria ainda mais equivocado que os próprios profissionais acreditassem que não poderiam continuar investindo neles próprios, ou seja, em seu autodesenvolvimento.

Momentos difíceis de desaceleração da economia trazem também a possibilidade de se rever projetos e/ou otimizar-se as políticas e práticas existentes. Uma análise da realidade concreta da empresa, sempre permite a definição e redefinição de indicadores de melhor qualidade e mais confiáveis para a gestão das carreiras profissionais, bem como para a gestão estratégica de todos os demais processos que integram a gestão de pessoas dentro das empresas. Do ponto de vista técnico, nada deveria mudar, quando falamos de um sistema interno de gestão de carreiras. A maneira estratégica de lidar com as etapas deste sistema de gestão de carreiras é que pode e deve mudar ou adequar-se, cultural e economicamente, às contingências.

É certo que essa adequação ou ajuste contemplará reduzir determinados custos, assim como rever e mudar o que precisa ser mudado. O sistema interno que apoia e orienta as carreiras se mantém e se ajusta. Ao mesmo tempo, cada profissional deve aproveitar o momento para uma maior e mais consistente ainda reflexão e para a análise dos ambientes de carreira, que têm como referências a própria empresa onde trabalha e a ocupação que tem e desempenha, identificando e escolhendo bem uma ou mais estratégias de carreira, assim como avaliando o resultado dessa escolha por crescer, desacelerar, diversificar, integrar, rever ou combinar mais de uma estratégia de carreira.

Crise também traz benefícios. Seu enfrentamento pode se dar, igualmente, a partir de acreditarmos ser um período fértil para se projetar mais, o que exigirá de todos, coragem, atitude criativa, poder de agir e, especialmente, aprendizado constante. Profissionais que participam da organização, potencializam sua criatividade dentro dela e são reconhecidamente competentes, podem e devem manter a construção ou reconstrução de suas carreiras profissionais, criando sempre ou quase sempre uma convergência entre os interesses individuais e os objetivos da empresa.

Fonte: Estado de Minas

Lucia Almendra

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