O Z-teste ou teste de Zulliger é um teste projetivo criado em 1942. À primeira vista, é quase inevitável lembrar ou até mesmo confundi-lo com o teste de Rorschach. No entanto, não segue o mesmo protocolo e apresenta diversas vantagens. É mais fácil de aplicar e tem parâmetros de interpretação muito mais rápidos.
O objetivo desse recurso é o mesmo de qualquer outro instrumento projetivo: descrever traços latentes de personalidade tomando como base a abordagem psicanalítica. Com esse detalhe claro, já podemos intuir que, hoje em dia, pode ser objeto de críticas, mas não por isso deixa de ser menos interessante. Além disso, um de seus âmbitos de aplicação mais comuns é o da seleção de pessoal.
Um aspecto positivo desse teste é que ele pode proporcionar uma certa vantagem em relação a outros testes projetivos, como o da figura humana na chuva, o teste da árvore ou o teste de Murray. Ele possui bons dados de confiabilidade e validade. Os estudos estatísticos realizados a esse respeito lhe conferem uma boa robustez, motivo pelo qual costuma ser um bom aliado na área de recursos humanos.
O fato de o teste de Zulliger lembrar tanto o teste Rorschach não é uma casualidade. Quem desenvolveu esse instrumento foi Hanz Zulliger, psiquiatra suíço e aluno do próprio Hermann Rorschach. Assim, se há uma coisa pela qual o Dr. Zulliger é conhecido foi por, posteriormente, se tornar um analista infantil altamente influente, bem como um promotor da pedagogia psicanalítica.
No entanto, antes de atingir o auge da sua carreira, ele passou vários anos trabalhando com Rorschach. Seu objetivo era entender e se aprofundar muito mais em sua abordagem ao explorar a personalidade humana através do clássico teste de manchas. A isso se acrescenta outro acontecimento decisivo em sua vida: a chegada da Segunda Guerra Mundial e a necessidade de fazer um teste para selecionar o exército suíço.
Hans Zulliger se tornou uma figura decisiva para essa tarefa. Ele aplicou testes de inteligência, testes de personalidade e os próprios gráficos de Rorschach. Porém, percebeu uma coisa: esse teste era muito complexo e, naquele momento, era necessário ter agilidade, eficiência, rapidez e poder aplicar o mesmo teste em uma média de 30 pessoas ao mesmo tempo.
Não demorou muito até que ele desenvolvesse um novo teste. Vamos nos aprofundar em suas características.
O Z- teste ou Teste de Zulliger é um teste projetivo. O que isso significa? Significa que estamos diante de um instrumento no qual um grande número de respostas subjetivas são obtidas. Todos eles partem de estímulos que despertam a imaginação da pessoa que realiza o teste, bem como sua sensibilidade, seus desejos, seus traços de personalidade, etc.
O teste de Zulliger pode ser aplicado de maneira individual ou coletiva. Em ambos os casos, são apresentadas à pessoa as três fotos que compõem esse teste. É explicado a ela que essas figuras não representam nada em particular, mas tendem a evocar coisas diferentes em cada pessoa. A finalidade é que a pessoa explique o que a imagem sugere a ela de maneira particular.
Quando tiverem terminado de escrever as ideias, os sentimentos ou as imagens gerados por cada ilustração, é hora de conversar. Cada pessoa deve explicar ao terapeuta ou psicólogo o que vê em cada canto e detalhe dessas imagens.
Para avaliar o teste de Zulliger, é necessário dominá-lo com habilidade e requinte. Portanto, não é válido que uma pessoa qualquer, não iniciada neste tipo de recurso projetivo e especificamente no teste de Zulliger, o aplique.
Da mesma forma, é importante destacar que, apesar de ser um recurso projetivo e claramente subjetivo, permite obter uma visão geral do mundo interior e da personalidade de um candidato.
Até hoje, ele continua sendo usado em muitos processos de seleção junto com outros testes. O teste de Zulliger continua a ser um instrumento interessante.
Fonte: https://amenteemaravilhosa.com.br/