O teste do desenho da família é um dos mais conhecidos testes de afetividade infantil. Ele avalia a maneira como a criança ou adolescente percebe as relações de seu entorno imediato. É uma forma simples de avaliar a qualidade dos vínculos, da comunicação e do modo como as crianças constroem sua realidade a partir de seus relacionamentos familiares.
Este teste de avaliação já possui mais de seis décadas. Criado pelo psiquiatra Miles Porot em 1951, é um dos instrumentos mais comuns para avaliar a personalidade em crianças dos 5 até os 16 anos. Assim, embora haja atualmente alguns profissionais que ainda desconfiam da confiabilidade das técnicas de projeção, como o teste da árvore ou o teste do desenho da família, pode-se dizer que sua validade está amplamente comprovada.
“Uma das melhores coisas que podem acontecer na sua vida é ter uma infância feliz.”
-Agata Christie-
Este teste é usado em conjunto com outros recursos mais padronizados, testes e entrevistas que, juntos, podem nos oferecer informações suficientes para fornecer diagnósticos mais precisos. Estamos sem dúvida diante de uma proposta clínica muito interessante. Um recurso que vem melhorando ano após ano e que nos apresenta um mecanismo tão simples quanto rápido para compreender melhor os sentimentos, as relações familiares e o nível de maturidade afetiva das crianças.
Como já podemos adivinhar, o desenho é e continuará sendo aquele cenário simbólico em que a criança reflete uma boa quantidade de informação. Os desenhos e os jogos são dois recursos ideais para o psicodiagnóstico infantil. Portanto, o teste do desenho familiar é estabelecido como um recurso ideal para todo psicólogo ou terapeuta infantil. Os objetivos que você irá alcançar com este instrumento são os seguintes:
Por outro lado, você deve se lembrar de que o mais importante deste teste é o aspecto emocional. Com isso, não procuramos apenas um desenho. O profissional deverá promover um diálogo confortável e fluido com a criança enquanto esta desenha. Traço a traço, linha por linha, a criança deve ir abrindo seus sentimentos, emoções e preocupações enquanto mergulha em seu próprio desenho.
O teste do desenho da família é aplicado da seguinte forma:
Por outro lado, é importante que o psicólogo anote a ordem em que a criança cria os diferentes elementos do desenho. Será indicada também a presença de borrões, rasuras, dúvidas ao desenhar, retrocessos.
O teste do desenho da família foi criado em seus primórdios sob uma abordagem psicanalítica. Por essa razão, durante alguns anos a análise foi realizada por meio de uma dinâmica edípica ou a partir dos estágios de desenvolvimento psicossexual estabelecidas por Freud. Atualmente a interpretação é mais padronizada. O conjunto de estatísticas é usado, mas a situação pessoal de cada criança ou adolescente também é avaliada.
Aqui estão algumas diretrizes para a avaliação do teste de desenho familiar.
Para concluir. Lembre-se de que o teste do desenho da família não é usado como o único recurso para oferecer um diagnóstico. Adicionado a entrevistas e outros testes padronizados, ele nos oferecerá informações suficientes para sermos mais precisos e concretos na avaliação.
Este instrumento, como qualquer outro teste de projeção, constitui uma porta direta para o mundo emocional, onde o desenho é sempre nosso melhor canal. Trata-se de um cenário em que nos sentimos livres para refletir medos, preocupações ou problemas subjacentes.
Fonte: https://amenteemaravilhosa.com.br/