Consciência tem pouco controle sobre decisões - Ciclo CEAP
O sofrimento pela busca da beleza
15 de junho de 2015
Um grande passo da Psicologia no Brasil
10 de julho de 2015
Exibir tudo

Consciência tem pouco controle sobre decisões

Nova teoria norte-americana diz que a consciência não é responsável por decisões

A consciência, aquele diálogo interno que parece controlar seus pensamentos e ações, pode ser bem menos poderosa do que se pensa. De acordo com a nova teoria proposta por um pesquisador da Universidade do Estado de São Francisco (SFSU), nos EUA, a consciência seria um canal passivo, e não uma força que exerce controle.

Em um estudo publicado na revista Behavioral and Brain Sciences (Ciências do Cérebro e do Comportamento, em tradução livre) na última segunda (22), o professor de psicologia Ezequiel Morsella sugere que a consciência funciona como uma espécie de intérprete.

“O intérprete apresenta a informação, mas não é responsável pelos argumentos nem age sobre o conhecimento que é compartilhado”, explica Morsella em entrevista à assessoria de imprensa da Universidade. “Da mesma forma, as informações que percebemos em nossa consciência não são criadas por processos conscientes nem são uma reação de processos conscientes. A consciência é o homem médio, e ele não trabalha tanto quanto você pensa.”

Na teoria do Passive Frame, proposta pelo professor, a consciência é mais reflexiva e menos propositiva do que a sabedoria popular acredita. A consciência humana não teria controle sobre os diversos impulsos (necessidades, pensamentos, sensações e reações físicas) que passam por nossa mente a todo instante.

“Por muito tempo pensamos que a consciência resolvia problemas e tinha muitas partes dinâmicas, mas na realidade ela é bem mais básica e estática do que isso”, explica Morsella. “Esta teoria é bastante contraintuitiva”, acrescenta.

De acordo com o estudo, o “livre-arbítrio” não tem relação com a consciência, ela não decide nada nem nos guia em momentos de escolha. A consciência seria apenas responsável pela transmissão de informações que controlam a ação voluntária do sistema muscular esquelético.

Morsella comparou a consciência à internet. A rede de computadores pode ser usada para comprar livros, pesquisar ou qualquer outra tarefa, mas quem toma as decisões é a pessoa em frente ao computador. A internet é apenas sua ferramenta.

Pensamentos não estão conectados

A teoria também nega a crença popular de que um pensamento consciente leva ao outro. “Um pensamento não sabe do outro, ele apenas tem acesso e age sobre a mesma informação inconsciente”, diz Morsella.

A teoria levou mais de dez anos para ser desenvolvida e tem grandes implicações para o estudo de transtornos mentais.

“Por que você tem um desejo ou pensamento que você não deve ter? Porque, em certo sentido, o sistema de consciência não sabe que você não deveria estar pensando em alguma coisa”, disse Morsella . “Um gerador de impulso não sabe que um desejo é irrelevante para os outros pensamentos ou ações em curso.”

Fonte: Uol notícias

Cursos Relacionados:

Técnicas e Testes de Avaliação Neuropsicológica

Avaliação Neuropsicológica do Idoso

Avaliação Neuropsicológica Infantil

Transtornos de Aprendizagem: Aplicação da Neuropsicologia da avaliação à reabilitação

Terapia Cognitiva

Para o professor, uma das dificuldades de se estudar a consciência está no uso da própria consciência para estudá-la. “Durante a maior parte da história humana, a caça e a coleta e outras preocupações mais urgentes requeriam ações voluntárias executadas rapidamente. A consciência parece ter evoluído para esses tipos de ações, e não para entender a si mesma”, concluiu.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.