A depressão é um grande mal do nosso século. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, até o ano de 2030 ela se tornará a doença mais comum do mundo. Várias pessoas estão sendo acometidas por essa condição, que pode levar ao suicídio se não tratada de maneira adequada: a cada 100 pessoas depressivas, 15 provocam autoextermínio.
Diferente de muitas doenças físicas, como uma dor abdominal ou uma infecção bacteriana, lidar com a depressão demanda tempo. O tratamento pode durar por meses ou até mesmo anos, dependendo do estado atual do indivíduo.
A depressão é um desafio para as pessoas acometidas por ela, para quem é próximo delas e mesmo para profissionais da saúde, visto a complexidade e particularidade de cada caso. A sociedade está realmente pronta para enfrentar essa grande batalha? Discutiremos isso a seguir.
As pessoas com depressão sentem uma tristeza imensa durante a maior parte do dia, tendem a se isolar, ter insônia ou dormir demais. Elas perdem o prazer em atividades que antes apreciavam, perdem ou ganham peso e se sentem cansadas e fracas para realizar qualquer atividade.
Na depressão, o indivíduo se sente culpado e inútil, tem dificuldade em se concentrar e a memória fica prejudicada. A ansiedade aparece com intensidade, a pessoa fica agitada ou lenta, há perda de prazer sexual e é comum ocorrerem pensamentos sobre morte, para aliviar a dor que sentem. Há também uma fadiga excessiva, causada por qualquer esforço físico, mesmo que seja mínimo. A autoconfiança e a autoestima reduzem drasticamente, levando a desejos de reclusão e autossabotagem.
Dependendo do grau de depressão, o número de sintomas necessário para fechar um diagnóstico varia entre 2 e 5. A pessoa deve estar nessa condição por pelo menos duas semanas para que a condição possa ser comprovada.
É raro saber ao certo de onde a depressão vem, pois ela está ligada a fatores biológicos, psicológicos e sociais. É possível sentir seus sintomas – e muito! –, mas relatar o que realmente se passa é um desafio.
Os profissionais podem acabar ficando perdidos com todos os caminhos que podem levar à depressão. Não há um manual pronto que nos prepare para lidar com a doença em si. Podemos ter acesso a um grande número de informações, mas a condução do caso clínico é feita a partir da história de vida de cada paciente.
Acompanhamento psicológico é fundamental para lidar com a depressão. A necessidade de assistência psiquiátrica pode ser avaliada pelo psicólogo, pois há casos nos quais não há necessidade de intervenção medicamentosa.
O primeiro passo é avaliar a situação da pessoa e a existência de riscos imediatos, como pensamentos suicidas. Toda ideia de automutilação ou autoextermínio deve ser levada em consideração, visto que nunca haverá 100% de certeza de que ele não vai acontecer. A doença deve ser entendida de acordo com a história do sujeito, seus relacionamentos e atividades.
Não se pressione para ter resultados imediatos, pois cada um tem o seu tempo. Deve-se entender quando ocorrem os sintomas característicos, em quais contextos, e quais são os pensamentos ligados ao estado depressivo.
Quando compreendida algumas situações e as peças do quebra-cabeça começarem a se ligar, é hora de começar a desenvolver habilidades para o enfrentamento de situações aversivas. Use técnicas psicológicas e intervenções referentes a uma abordagem específica, mas nunca se esqueça de ter paciência.
Lidar com a depressão é uma tarefa difícil, e só quando entendermos isso poderemos ajudar e sermos ajudados. Mantenha a calma e seja acolhedor: a pessoa em estado depressivo precisa ser ouvida, ou mesmo precisa apenas de alguém ao seu lado. É a sua chance de ser essa pessoa.
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